CONTEÚDO EDUCATIVO

Anemia: entenda causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

Saiba o que é a anemia, quais são os principais tipos, como identificar seus sinais e as formas de diagnóstico e tratamento indicadas pelo hematologista.

Anemia

A anemia é uma condição em que há diminuição dos glóbulos vermelhos ou da hemoglobina no sangue, reduzindo a capacidade de transportar oxigênio. Conheça os principais tipos, causas, sintomas, diagnóstico e tratamentos.

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  • Conteúdo educativo

O que é anemia?

A anemia é a diminuição da hemoglobina e/ou dos glóbulos vermelhos no sangue, o que reduz o transporte de oxigênio para os tecidos. É um achado comum e pode ter diversas causas, desde deficiências nutricionais até doenças crônicas.

Os sintomas mais frequentes incluem cansaço, palidez, falta de ar aos esforços, tontura e queda de desempenho. A intensidade varia conforme o grau e o tipo de anemia.

  • Causas comuns Deficiência de ferro, perda sanguínea, deficiência de B12/ácido fólico, doenças crônicas/inflamatórias.
  • Como diagnosticar Hemograma, ferritina/ferro, B12/folato, reticulócitos e investigação da causa (ex.: sangramento).
  • Tratamento Corrigir a causa de base + reposição (ferro, B12, folato) quando indicado, com acompanhamento do hematologista.
Agendar avaliação de anemia
Exames de sangue e avaliação clínica direcionam o diagnóstico e a causa da anemia.

Tipos de anemia

As anemias têm causas e mecanismos diferentes. Conhecer o tipo é essencial para indicar o tratamento correto.

Ferropriva (deficiência de ferro)

Geralmente causada por baixa ingestão, má absorção ou perdas crônicas (ex.: menstruação intensa, sangramento gastrointestinal).

  • Exames: hemograma, ferritina, ferro sérico, TIBC/TSat.
  • Tratamento: reposição de ferro (oral ou venosa) + correção da causa da perda.

Megaloblástica (B12 e/ou folato)

Decorre de deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico (dieta, má absorção, uso de fármacos).

  • Exames: B12, folato, VCM elevado, reticulócitos.
  • Tratamento: reposição vitamínica e correção da causa (ex.: gastrite atrófica, dieta).

Hemolítica

Ocorre quando há destruição aumentada das hemácias (autoimune, hereditária — esferocitose, talassemia, falciforme — ou adquirida).

  • Exames: reticulócitos ↑, bilirrubina indireta ↑, LDH ↑, haptoglobina ↓; Coombs direto quando autoimune.
  • Tratamento: conforme a causa (corticoide/imunossupressor, transfusão, manejo específico).

Por doença crônica/inflamatória

Associada a inflamação crônica (infecções, doenças autoimunes, neoplasias), com alteração no metabolismo do ferro e produção de hemácias.

  • Exames: ferritina normal/alta, ferro baixo, TSat baixa; inflamação elevada (PCR/VHS).
  • Tratamento: tratar a doença de base; considerar ferro/estimuladores eritropoiéticos quando indicado.

Sintomas da Anemia

Os sinais da anemia variam conforme a gravidade e a causa, mas alguns sintomas são bastante comuns e merecem atenção.

  • Cansaço e fadiga mesmo após pequenos esforços.
  • Palidez da pele e mucosas (lábios, gengiva, pálpebras).
  • Tontura ou sensação de desmaio.
  • Falta de ar e palpitações em atividades leves.
  • Dores de cabeça frequentes.
Ilustração representando pessoa com sintomas de anemia

Diagnóstico da anemia

O diagnóstico começa pelo hemograma e segue com exames que identificam o tipo de anemia e a causa de base. A interpretação conjunta orienta o tratamento adequado.

Hemograma completo

Confirma a anemia e avalia índices como hemoglobina, hematócrito, VCM (micro/normo/macro), RDW e plaquetas. Orienta para os próximos passos.

Ferro, ferritina e transferrina/TSat

Investigam deficiência de ferro. Ferritina baixa sugere ferropriva; em inflamação pode estar normal/alta, por isso a saturação de transferrina ajuda a diferenciar.

Reticulócitos

Indicam a resposta da medula: baixos sugerem produção reduzida; altos sugerem perda/destruição (hemólise ou sangramento).

Vitamina B12 e ácido fólico

Avaliam anemia megaloblástica. VCM elevado é uma pista; dosagens confirmam deficiência e direcionam reposição.

Avaliação de perdas e causas

Pesquisa de perdas sanguíneas (ginecológica, urinária, gastrointestinal), dieta, absorção, doenças crônicas e uso de medicamentos.

Exames complementares

Conforme a suspeita: PCR/VHS (inflamação), bilirrubinas/LDH/haptoglobina e Coombs (hemólise), eletroforese de hemoglobina, avaliação endoscópica, entre outros.

O conjunto dos resultados + exame clínico define o tipo e a causa da anemia. A leitura por hematologista evita tratamentos equivocados e acelera a recuperação.

Tratamento da anemia

O tratamento depende do tipo de anemia e da causa de base. Em geral, combina correção da deficiência, manejo da doença associada e suporte quando necessário.

Reposição de ferro

Indicada na anemia ferropriva. Pode ser por via oral ou endovenosa quando há intolerância, má absorção ou necessidade rápida de reposição.

  • Monitorar hemoglobina e ferritina até normalizar.
  • Orientar dieta com ferro e vitamina C, evitar excesso de inibidores de absorção (chá/café junto da dose).

Vitamina B12 e ácido fólico

Usados na anemia megaloblástica. A via (oral ou intramuscular) e o tempo de uso dependem da causa (p. ex., deficiência nutricional, má absorção, uso de fármacos).

  • Confirmar deficiência antes da reposição.
  • Tratar a causa associada (ex.: gastrite atrófica, dieta).

Controle da doença de base

Na anemia da inflamação/doença crônica, o foco é tratar a condição subjacente (doença autoimune, infecção, neoplasia). Ferro e agentes estimuladores da eritropoese podem ser considerados em casos selecionados.

  • Reavaliar parâmetros inflamatórios (PCR/VHS) e ferro/ferritina/TSat.
  • Adequar metas conforme comorbidades e sintomas.

Suporte e casos selecionados

Inclui transfusões quando há sintomas relevantes ou anemia grave, além de manejo de hemólise (corticoides em AIHA, terapias específicas), e suporte nutricional.

  • Indicadores clínicos orientam transfusão (sintomas, comorbidades, Hb).
  • Acompanhamento regular com hematologista para ajustar a terapia.
A automedicação pode mascarar causas importantes. O esquema ideal é definido pelo hematologista após avaliação clínica e laboratorial.

Prevenção da anemia

Nem todas as anemias podem ser evitadas, mas algumas medidas reduzem o risco e ajudam a manter níveis adequados de hemoglobina.

Alimentação rica em ferro

Inclua carnes vermelhas magras, frango, peixe, feijão, lentilha, grão-de-bico, espinafre e couve. Associe vitamina C (laranja, limão, acerola) para melhorar a absorção do ferro vegetal.

Atenção a B12 e folato

Leite e derivados, ovos e carnes são fontes de B12; folato em vegetais verde-escuros, abacate e leguminosas. Vegetarianos/vegans devem discutir suplementação com o médico/nutricionista.

Evite interferir na absorção

Café, chá-preto, chá-mate e refrigerantes à base de cola reduzem a absorção do ferro quando consumidos junto às refeições. Prefira consumi-los longe do almoço/jantar.

Identifique perdas sanguíneas

Menstruação intensa, sangramentos gastrointestinais (fezes escuras, anemia recorrente) e cirurgias podem levar à deficiência de ferro. Procure avaliação se notar sinais persistentes.

Condições e medicamentos

Doenças crônicas, inflamatórias, gastrites, bariátrica e uso de certos fármacos podem impactar a produção/absorção. Faça seguimento regular e exames quando indicado.

Gestação e infância

Períodos com maior demanda de ferro e folato. Pré-natal e acompanhamento pediátrico ajudam a detectar e tratar precocemente.

A suplementação só deve ser feita com orientação médica — autosuplementação pode mascarar causas importantes ou provocar efeitos adversos.
Dr. João Saraiva, Hematologista e Hemoterapeuta
Dr. João Saraiva — Hematologista e Hemoterapeuta

Dr. João Saraiva

Hematologista e Hemoterapeuta — CRM-PA 12305 | CRM-SP 170631

  • Médico — UEPA
  • Residência — UNIFESP (Clínica Médica)
  • Hematologia/Hemoterapia — USP
  • Transplante de Medula — HIAE

Atua no diagnóstico e tratamento de doenças do sangue e da medula óssea, com abordagem baseada em evidências e foco no cuidado integral do paciente.

  • Anemias: falciforme, ferropriva, hemolítica, aplástica
  • Transtornos da coagulação e plaquetários
  • Trombose e trombofilias
  • Púrpura e trombocitopenias
  • Leucemias (agudas e crônicas)
  • Linfomas (B, T, alto grau)
  • Mieloma múltiplo
  • Indicação e acompanhamento para transplante de medula óssea

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Depoimentos reais de pacientes atendidos em Belém do Pará. Conteúdo textual extraído do Google, sem imagens.

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Dr. João Saraiva

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